Páginas Vinculadas

Página específica para a 3ª edição do curso de especialização em Gestão Pública e Sociedade:

sexta-feira, 20 de agosto de 2010

AS VEIAS DA AMÉRICA LATINA CONTINUAM ABERTAS.


(Inspirado no clássico livro do latino- americano Eduardo Galeano)




A exploração da força de trabalho e a destruição da natureza estão no DNA do capital, dizer que o capitalismo é selvagem é pura redundância. Tolice, bobagem!

Todos sabem que a classe obreira é superexplorada pelo capital e a atual política econômica subordinada à agiotagem capitalista mundial é um problema estrutural. Os chamados bóias-frias morrem de exaustão por overdose de trabalho (karoshi no Japão) executando cerca de 8.700 golpes de podão para cortar mais de 8 toneladas cana/dia, são as teleoperadoras multifuncionais de telemarketing que cumprem sua tarefa padrão em um tempo médio de operação de 29 segundos prisioneiras da tensão e de remédios de tarja preta, são as catadoras de rebotalhos ou resíduos sólidos estimuladas a coletar 100 toneladas de lixo por mês etc.

Quantas candidatas e candidatos a presidente, deputados, senadores defendem a soberana Auditoria Cidadã da “Dívida” Pública? Rafael Correa, Presidente do Equador, defendendo a soberania do seu país realizou a auditoria e declarou suspensão unilateral do pagamento da “dívida”, a sangria foi estancada. O governo atual diz que a nossa Pátria está livre da dívida externa. Não é verdade! O governo fez uma comparação entre o estoque da dívida externa, os 282 bilhões de dólares, separando as partes públicas e privadas dessa dívida. Só a parte da “dívida” pública já supera 230 bilhões de dólares. Se somarmos a “dívida interna” com a” externa” chegaremos a mais de 3 trilhões de reais. No último ano os gastos com a “dívida” (juros de agiotas) foram de 380 bilhões de reais, o que correspondeu a 36% de todo Orçamento da União, um dos piores impostos, não há retorno.

Enquanto isto foram destinados 4,8% para saúde e 2, 8% para educação. Quanto desperdício de energia da classe proletária que trabalha para pagar uma “dívida” que já foi paga várias vezes. Sem falar das remessas de lucros das transnacionais aqui fincadas.

Que horror! Ainda mais, recentemente, o governo anunciou um corte de 10 bilhões de reais nos gastos públicos. As investigações da CPI da “dívida” apuraram que seu crescimento é meramente de juros sobre juros, uma injusta apropriação do suor da classe obreira. Sabiam que os títulos da “dívida interna” brasileira pagam os maiores juros do mundo!Antes destruíram o nosso pau-brasil, carregaram a borracha, o algodão mocó do nordeste, os minérios etc.

O Brasil transformou-se no destino de grandes especuladores internacionais que buscam alta rentabilidade, isenção tributária e total liberdade para explorar a classe obreira.

Isto é a nossa democracia republicana! Só ano passado gastamos mais de UM BILHÃO de reais de juros por dia em função da “dívida” pública. Já imaginaram se os recursos fossem aplicados na saúde, na educação e na habitação dos munícipes.

Não existe desenvolvimento local sem soberania nacional! E juro sobre juro caracteriza anatocismo (abuso extremo) que foi julgado pelo Supremo Tribunal Federal e considerado totalmente ILEGAL. Pátria Livre Brasil!?

Por que a mídia não convida o intelectual Plínio Arruda, o economista Luiz Gonzaga Belluzzo e Maria Fattorelli para um debate. Eles elucidariam estas questões para o povo brasileiro E quem manda no Ministério das Cidades? Por que o programa “Minha Casa, Minha Vida” foi “decidido” pelo governo federal e por um grupo de 11 capitalistas “generosos”, os maiores da construção civil de promoção imobiliária? As candidatas e quase todos os candidatos a presidente dizem que avançarão a atual política econômica.

O Brasil precisa de uma reforma estrutural profunda que passa pela Auditoria da “Dívida”, Reforma Agrária profunda, Distribuição de Renda de fato, saúde e educação pública de qualidade. Cerca de 48 milhões vivem da bolsa migalha!
Fonte: www.averdade.org.br.

Felipe Luiz Gomes e Silva- felipeluizgomes@terra.com.br,

2 comentários:

  1. Sou solidário ao pensamento de Felipe Luiz, porém pergunto...Porque assuntos dessa natureza além de reforma agrária, cota de acesso às universidades públicas entre outros não são debatidos com mais frequência em salas de aula de alunos de 2º e 3º graus?
    Se perguntar-mos hoje a alguns jovens estudandes como eles escolhem um candidato para votar, irá se surpreender com muitas respostas!...e o que é pior, isto não é um propriedade apenas dos jovens.

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  2. Pois camarada, tens razão... por isso alguns estudantes estão organizando um projeto de educação política com os jovens de ensino médio... participe!

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