Páginas Vinculadas

Página específica para a 3ª edição do curso de especialização em Gestão Pública e Sociedade:

sexta-feira, 29 de outubro de 2010

Governo do Tocantins reduz jornada de trabalho dos servidores públicos

A princípio desconheço as razões e justificativas para tal medida, por parte do nosso governo estadual.

Entretanto podemos discutir seus efeitos possíveis e impactos não apenas sobre o serviço público, como também sobre toda a sociedade tocantinense.

Talvez a preocupação inicial de todos nós, cidadão, diz respeito se a oferta de serviços públicos irá diminuir, ou ficará ainda mais aquém do desejável, prejudicando os que precisam de educação, saúde, assistência social como serviços públicos e que sejam disponíveis na qualidade e qualidade necessários.

Primeiro vale ressaltar que o papel, ou se desejarem a função, do setor público, não diz respeito apenas a oferta de serviços numa base de direitos e cidadania, ou seja, a negação da sua mercantilização, mas sobretudo, a própria estruturação do tipo de sociedade na qual vivemos, nas relações de trabalho, relações sociais, direitos e condições de vida.

Nesse ponto, uma redução da jornada de trabalho no serviço público pode impactar, positivamente, em vários pontos da nossa vida cotidiana. Por exemplo, se for bem distribuído os horários, teremos um fluxo menor de veículos nas ruas, evitando custos com combustível, poluição, pontos de estrangulamento nas vias, acidentes e os custos com saúde públicos derivados disso, só para citar alguns pontos mais evidentes.

Com um pouco mais de tempo livre, os servidores podem dedicar-se mais a família, a educação dos filhos, atividades de lazer, entretenimento, ou seja, uma vida mais rica em abundância e nos relacionamentos.

Por fim, quanto a oferta de serviços públicos, estes não necessariamente podem cair de qualidade, mas ao contrário, pode-se ganhar maior eficiência e produtividade, ao se evitar ciclos ou jornadas longas e extenuantes de trabalho, como pode-se ainda, ao se ter espaço, por exemplo, para um professor “pensar” na sua aula, ou para um médico “meditar” sobre alternativas de tratamento, melhorar a qualidade do trabalho.

Talvez no curto prazo, em relação a quantidade de serviços ofertados, seja necessário um novo arranjo, ou mesmo, a contratação de novos servidores. Mas os ganhos de qualidade, de efetividade, se bem planejados, podem, por si só, além de reduzir a demanda, evitar retornos ou retrabalhos, e gerar novos benefícios para a população, e até fomentar uma melhor dinâmica econômica. Isso porque no setor público, não se pode avaliar isoladamente um órgão ou serviço, mas sim os ganhos que o conjunto pode disponibilizar para a coletividade.

Prof. Édi Augusto Benini

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Convite para Debate SÁBADO na UFT: O Fetiche da tecnologia

Devido a falta de energia, o debate foi re-marcado para, sábado, 23/10, às 16:30


Convite aberto a todos (favor repassar)

Debate: O Fetiche da Tecnologia
Com o pesquisador da Unicamp, Dr. Henrique Novaes e o professor da UFT, Msc. André de Oliveira
Auditório do Bloco C, às 16:30, dia 23/10

Realização
Curso de especialização em Gestão Pública e Sociedade

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

FELIZMENTE A GERÊNCIA TAYLORISTA É COISA DO PASSADO...

Frederick. Winslow. Taylor (1856-1915) é conhecido como um dos pioneiros da Gerência Científica. Com o objetivo de "racionalizar" o processo produtivo e aumentar a produtividade do trabalho manual ele desenvolveu o estudo dos movimentos elementares realizados pelos operários. A finalidade da “análise científica” era eliminar todos os gestos físicos considerados supérfluos à reprodução do capital, isto é, condensar os poros da jornada de trabalho ao máximo. A ciência do trabalho deveria determinar a “única maneira de executar as tarefas” (one best way) e, desta forma, a produção padrão, o que alguns engenheiros chamavam de “o dia ótimo do trabalho”. Para F. Taylor todo trabalho cerebral ou criativo deveria ser banido do chão da fábrica e todas as tarefas prescritas pelo Departamento de Organização e Métodos ou de Produção. A "racionalização" taylorista do trabalho demandava um complexo aparato burocrático, isto é, uma estrutura organizacional comprometida com o cálculo rigoroso do tempo do trabalho humano. O pré-cálculo dos gestos manuais era necessário ao estabelecimento dos tempos padrões. Para que a eficiência do trabalho não declinasse com a fadiga fisiológica o “método científico” estabelecia intervalos de descanso, aplicava-se a famosa Lei da Fadiga. Uma beleza! E para estimular a boa conduta operária o incentivo monetário deveria estar relacionado ao rendimento do trabalho individual e a supervisão da classe proletária cerrada, rigorosa. A máxima do taylorismo era: quanto maior a divisão do trabalho, maior a eficiência e a produtividade. Para este pesquisador a pobreza material estava relacionada ao desperdício de tempo causado por movimentos físicos ineficientes. Em resumo, “a ciência do trabalho” pretendia transformar o homem em uma perfeita máquina e salvar a humanidade da pobreza. Por exemplo, quando esta “ciência” foi aplicada na tarefa de assentar tijolos, dos 18 movimentos físicos realizados pelos operários 14 foram eliminados, isto significou que quatro gestos manuais passaram a compor “o dia ótimo de trabalho”. Para o pesquisador H. Braverman (1982), o taylorismo era uma técnica social de controle que degradava e oprimia a classe obreira. Segundo Simone Weil (1937), o método taylorista era necessariamente opressor, ou seja, era incompatível com qualquer projeto de emancipação e dignidade humana. Durante a escravidão negra o Brasil foi muito competente em “gastar gente” (Darcy Ribeiro). Felizmente isto é coisa do passado. Não é? Faço duas perguntas: quando o cortador de cana poda cerca de 8 toneladas os administradores aplicam a Lei da Fadiga, isto é, os intervalos de descanso. E as operárias de telemarketing que precisam ficar atentas ao tempo médio operacional (TMO) de 29 segundos? Elas têm quantos minutos para refeição e para o descanso? Dizem que no Brasil a classe obreira não é tratada como queria o Senhor F. Taylor, ou seja, como uma máquina. Nós já vivemos na sociedade do conhecimento e do trabalho qualificado. É bom saber! Não é? {Publicado no Jornal Primeira Página de São Carlos - Opinião p.A2- 2010}.

Felipe Luiz Gomes e Silva – felipeluizgomes@terra.com.br

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

A experiência da auditoria da divida pública e a tentativa de golpe

Caros, sem uma auditória da divida pública no Brasil, mais de 30% das receitas da União deixarão de ir para escolas, hospitais, estradas, pesquisa, etc..

Vejam essa importante matéria:

Equador Soberano: A experiência da Auditoria Oficial da Dívida Pública equatoriana e a recente tentativa de golpe de Estado

Por Maria Lucia Fattorelli, Coordenadora da Auditoria Cidadã da Dívida

domingo, 10 de outubro de 2010

Autogestão Versus Co-Gestão

AUTOGESTÃO VERSUS CO-GESTÃO.

Dividir para reinar.

Diante dos avanços da ideologia da co-gestão é importante lembrar o pensamento do professor Maurício Tragtenberg (1919- 1998) sobre autogestão social. Segundo M. Tragtenberg autogestão social e socialismo são termos que se confundem, não é possível pensar em emancipação da classe obreira dissociada das lutas proletárias contra a opressão do Estado e do capital. Em "Administração Poder e Ideologia" (1980), Tragtenberg demonstra como as ideologias gerenciais participacionistas manipulam a classe obreira para criar o “escravo contente”. Autogestão social (associação livre dos trabalhadores) significa a destruição do poder político e a construção de uma sociedade sem classes, ou seja, comunista. Não tem nada a ver com co-gestão e outras formas de cooptação e divisão da classe obreira pelo Estado e/ou empresas privadas. Portanto autogestão social não significa arranjos organizacionais “incubados” fora do processo de luta de classes, isto é, distante do conflito real contra a exploração capitalista. Assim como o capital apropria-se das experiências das cooperativas da classe obreira avança na (re) significação do conceito histórico "autogestão social”. Vários outros conceitos também estão sendo banalizados e utilizados contra a própria classe proletária: cidadania, solidariedade de classe etc. Não devemos confundir a ideologia do “empoderamento proativo local” com a luta por autogestão social. Diz o professor Maurício em "Reflexões sobre o Socialismo" (1986): "À medida que a luta operária se desenvolve cria estruturas igualitárias de ação coletiva que entram em antagonismo direto com as relações sociais existentes na sociedade capitalista. A classe trabalhadora cria os embriões do socialismo pela prática da ação direta contra o capital unificando decisão e planejamento e eliminando a divisão tradicional de trabalho entre os que pensam e os que fazem, entre os dirigentes e os dirigidos. Essa é uma tendência que aparece nos momentos decisivos da luta concreta dos trabalhadores: na Comuna de Paris (1871), na Revolução Russa (1917), nas revoluções alemã e húngara (1918), na Guerra Civil Espanhola (1936 - 1939) e no Movimento de Maio de 1968(Europa). Nas lutas os operárias (os) formam Comissões de Fábricas e Conselhos que visam autogerir a vida econômica, política e social. Como definiu a Associação Internacional dos Trabalhadores (28/09/1864), a libertação dos trabalhadores deve ser obra dos próprios trabalhadores (p.5,6).” A classe proletária não luta por delegação caso contrário será manipulada por minorias vanguardistas e/ou por oportunistas da política profissional. Tive a oportunidade de escutar um jovem proletário negro dizer: “Estamos cansados de ver ONGs com pobres na cabeça e edital nas mãos”! Ainda há jovens que não perderam a leitura crítica da realidade. Conheçam as lutas em Chiapas, Morelos e Oaxaca sítio: www.espora.org/jra-


Felipe Luiz Gomes e Silva (felipeluizgomes@terra.com.br)

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

nossa despedida, uma homenagem


Ao professor, militante e amigo...

Que nosso companheirismo se fortaleça, tentando compensar a lacuna que a ausência que nosso grande amigo nos deixará.

Estamos diante de um momento triste, que se enaltece pela intensa simbologia: passa-se desta nossa realidade o intelectual militante; nasce para a história, pelo exemplo de vida, o pensador do povo.

E nosso amigo merece ser lembrado pela sua dedicação a propiciar ao povo simples dos assentamentos uma vida digna, baseada sobremaneira na justiça e emancipação social.

Relembrar-lhe por este aspecto é conceder-lhe, a nosso modo, a mais amiga das homenagens!

Entregare-mo-nos ao silêncio reflexivo, buscando evocar nos ecos da transcendência o sentido de viver, permitindo que a vida floresça e que, com a vida, a fraternidade e a igualdade!

domingo, 3 de outubro de 2010

Estamos de LUTO

Devido ao falecimento trâgico do grande professor, pesquisador, militante e amigo Claudemiro Godoy do Nascimento, estaremos de LUTO nessa semana.


Amigo Claudemiro, todos nós sentiremos muito a sua falta...