Páginas Vinculadas

Página específica para a 3ª edição do curso de especialização em Gestão Pública e Sociedade:

quinta-feira, 21 de abril de 2011

FOTOS DO PROJETO "ESCOLA DE DEMOCRACIA" DO GRUPO DE ESTUDOS GESTÃO PÚBLICA E SOCIEDADE, COM OS ALUNOS DA ESCOLA SÃO JOSÉ







A busca pela inovação tecnológica!

A pesquisa sempre foi uma das formas mais eficientes de crescimento econômico e social de uma nação. No Brasil como na maior parte do mundo as pesquisas são encabeçadas pelas universidades, que através de seus estudiosos buscam ao máximo aprimorar a inovação em busca de uma maior competitividade dos diversos ramos da sociedade. No entanto o Brasil ainda estar muito atrás dos padrões internacionais, prova disso é que o nosso país forma 12 mil doutores e 41 mil mestres por ano (dados de 2010), sendo que na China forma por ano na faixa de 36 mil doutores. Esses números são fáceis de serem explicados, basta vermos o total de investimentos em pesquisa de ambos os países no mesmo período, o Brasil em 2010 investiu 1,25 % do PIB (Produto Interno Bruto), enquanto na China foram investidos 1,44%. No Japão, um dos países mais inovadores do mundo investiu-se por ano 3,44% do PIB. Portanto o Brasil tem muito a crescer no que se refere à pesquisa para inovação.

Através do Ministério da Ciência e Tecnologia e das Secretarias Estaduais de Ciência e Tecnologia, o governo parece está disposto a virar essa mesa e tornar o Brasil umas das maiores potências em desenvolvimento, em pesquisa e inovação e acompanhar os níveis de países mais desenvolvidos. Como atitude concreta disso podemos ver a criação das FAPs (Fundação de Amparo a Pesquisa) que são criadas em todos os estados, vinculadas as Secretarias Estaduais de Ciência e Tecnologia e que busca o incentivo as pesquisas científicas e tecnológicas por meio de apoio técnico e financeiro; a contribuição para o desenvolvimento social, econômico e cultural; e apoiar a formação e o aperfeiçoamento de profissionais para pesquisa, inovação e desenvolvimento técnico de interesses dos estados.

Fundações semelhantes já foram criadas em vários estados do Brasil, no Tocantins esse o Projeto de Lei de autoria do governo do estado foi aprovado dia 23 sem emendas e por unanimidade pelos deputados estaduais. O Projeto de Lei 02/2011 institui a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Tocantins (Fapt) e logo no dia 31 durante o Fórum Nacional de Assuntos em Ciência, Tecnologia e Inovação realizado em Palmas foi assinado pelo governador o ato que cria o referido órgão.

Com isso, a Secretaria Estadual de Ciência e Tecnologia fica obrigada a aplicar parte de seu orçamento na concessão de bolsas integrais ou complementares, são pesquisas que futuramente ajudarão o Tocantins a crescer cada vez mais em inovação.

Por Artur Costa

segunda-feira, 18 de abril de 2011

Nova turma da pós em Gestão Pública e Sociedade - informações


INFORMAMOS que estamos planejamento a abertura de nova turma do curso de especialização em Gestão Pública e Sociedade, com previsão de lançamento do edital no final de maio para começar em junho.

A princípio esse curso continuará subsidiado pelos alunos, com mensalidades de R$ 100,00 ou no máximo R$ 120,00 (em estudo), menor carga horário por mês, inclusão de novas disciplinas, e algumas atividades complementares. Dentro do princípio de aprimoramento contínuo.

Estamos organizando um encontro de avaliação e planejamento, dessa nova modelagem do curso, para inicio de Maio, a ser divulgado aqui.


Atenciosamente

A coordenação


sábado, 16 de abril de 2011

O Fetiche da Tecnologia

De 1850 até a Primeira Guerra Mundial, mais de 40 milhões de pessoas foram “exportadas” da Europa para outros territórios, o que equivaleu mais de ¼ da força de trabalho. Essa foi uma forma da Europa “resolver” o problema do desemprego, solução que hoje não é mais possível. Para além do mero avanço técnico o desenvolvimento econômico exige justiça social. Mas ainda há quem acredite que a tecnologia por si só resolverá a questão atual do excedente humano na América Latina e que a luta pela reforma agrária é anacrônica, ultrapassada. Há no nordeste, por exemplo, o Movimento Social Conviver com o Semiárido que defende tecnologias sociais e empreendimentos agroecológicos solidários que poderão melhorar as condições de vida da classe trabalhadora. Em Alagoas e no Maranhão 60% de “inframiseráveis” recebem a bolsa-família e a situação pode piorar. Com aplicação de avançada tecnologia 70% das águas da transposição do Rio Chico serão destinadas à irrigação, 26% para consumo industrial e urbano, só 4% para consumo humano. Portanto, como os “inframiseráveis” e os 20 milhões de nordestinos serão beneficiados? Para José G. da Silva e outros há no nordeste uma “questão agrária” a ser resolvida. Afirma José Eli da Veiga: “Em todos os países desenvolvidos, a agricultura familiar tem uma importância socioeconômica e política muito maior do que a agricultura patronal, baseada no trabalho assalariado. No Brasil a situação é inversa. Até o Banco Mundial reconhece que nenhuma outra política tem capacidade redistributiva do que a reforma agrária. Apesar da força do MITO da agricultura patronal, a sociedade brasileira está aos poucos se dando conta da sua absurda INEFICIÊNCIA distributiva. Todavia o assentamento anual de algumas dezenas milhares de ‘sem-terra’ valerá pouco se nada for feito para liberar o potencial dos pelo menos dois milhões de agricultores familiares ‘com – terra’. É crescente a população rural não- agrícola, pois enquanto diminui o êxodo rural cresce a desocupação agrícola, cerca de 28 milhões de pessoas deixaram a área rural entre 1960 e 1980. E entre 1992 e 1995, ficaram sem ocupações agrícolas assalariadas ou por conta própria cerca de 120 a 150 mil famílias. E o caráter essencialmente familiar da agricultura dos EUA não parou de se firmar. Ao contrário do que muitos pensam, as ‘corporações’ são exceção. A tradicional agricultura familiar foi responsável por 54% da produção comercializada E no Brasil produz 70% dos alimentos! O país precisa aprofundar e ampliar fortalecimento da agricultura familiar em três domínios prioritários: educacional, fundiário e creditício. É preciso enfrentar a questão agrária, mudar o padrão tecnológico e cuidar do ambiente. O conhecimento científico adequado deve ser o principal insumo e para isto é preciso melhorar o ensino regular em escolas rurais, a formação profissional e as redes de extensão e assistência técnica (1998)”. Não bastam técnicas e tratores!


Felipe Luiz Gomes e Silva.

terça-feira, 12 de abril de 2011

DEBATE NA UFT: aberto para todos

Debate sobre o tema: Limites e Desafios da idéia de sustentabilidade na atual sociedade capitalista

Palestrante: Prof. Dr. José Tartaglia (professor visitante no curso de especialização em Gestão Pública e Sociedade)
Debatedor: Prof. Fábio Duarte (colegiado do curso de Filosofia e Artes)

Haverá também o lançamento no Tocantins do livro: Trabalho, Educação e Reprodução Social - as contradições do capital no século XXI

Data: 15/04 - sexta-feira - 19 horas

Local: auditório do bloco III - UFT - Palmas/TO

segunda-feira, 4 de abril de 2011

A quem interessa a transposição do São Francisco?

Por Aziz Ab´Sáber

25/03/2011



É compreensível que em um país de dimensões tão grandiosas, no contexto da tropicalidade, surjam muitas ideias e propostas incompletas para atenuar ou procurar resolver problemas de regiões críticas. Entretanto, é impossível tolerar propostas demagógicas de pseudotécnicos não preparados para prever os múltiplos impactos sociais, econômicos e ecológicos de projetos teimosamente enfatizados.

Nesse sentido, bons projetos são todos aqueles que possam atender às expectativas de todas as classes sociais regionais, de modo equilibrado e justo, longe de favorecer apenas alguns especuladores contumazes.

Nas discussões que ora se travam sobre a questão da transposição de águas do São Francisco para o setor norte do Nordeste Seco, existem alguns argumentos tão fantasiosos e mentirosos que merecem ser corrigidos em primeiro lugar. Referimo-nos ao fato de que a transposição das águas resolveria os grandes problemas sociais existentes na região semi-árida do Brasil.

Trata-se de um argumento completamente infeliz lançado por alguém que sabe de antemão que os brasileiros extra-nordestinos desconhecem a realidade dos espaços físicos, sociais, ecológicos e políticos do grande Nordeste do País, onde se encontra a região semi-árida mais povoada do mundo.

O Nordeste Seco, delimitado pelo espaço até onde se estendem as caatingas e os rios intermitentes, sazonários e exoreicos (que chegam ao mar), abrange um espaço fisiográfico socioambiental da ordem de 750.000 quilômetros quadrados, enquanto a área que pretensamente receberá grandes benefícios abrange dois projetos lineares que somam apenas alguns milhares de quilômetros nas bacias do rio Jaguaribe (Ceará) e Piranhas/Açu, no Rio Grande do Norte. Portanto, dizer que o projeto de transposição de águas do São Francisco para além Araripe vai resolver problemas do espaço total do semi-árido brasileiro não passa de uma distorção falaciosa.

Um problema essencial na discussão das questões envolvidas no projeto de transposição de águas do São Francisco para os rios do Ceará e Rio Grande do Norte diz respeito ao equilíbrio que deveria ser mantido entre as águas que seriam obrigatórias para as importantíssimas hidrelétricas já implantadas no médio/baixo vale do rio – Paulo Afonso, Itaparica e Xingó.

Devendo ser registrado que as barragens ali implantadas são fatos pontuais, mas a energia ali produzida, e transmitida para todo o Nordeste, constitui um tipo de planejamento da mais alta relevância para o espaço total da região.

Segue-se na ordem dos tratamentos exigidos pela idéia de transpor águas do São Francisco para além Araripe a questão essencial a ser feita para políticos, técnicos acoplados e demagogos: a quem vai servir a transposição das águas?

Os “vazanteiros” que fazem horticultura no leito dos rios que “cortam” – que perdem fluxo durante o ano-serão os primeiros a ser totalmente prejudicados. Mas os técnicos insensíveis dirão com enfado: “A cultura de vazante já era”. Sem ao menos dar qualquer prioridade para a realocação dos heróis que abastecem as feiras dos sertões. A eles se deve conceder a prioridade maior em relação aos espaços irrigáveis que viessem a ser identificados e implantados. De imediato, porém, serão os fazendeiros pecuaristas da beira alta e colinas sertanejas que terão água disponível para o gado, nos cinco ou seis meses que os rios da região não correm.

Um projeto inteligente e viável sobre transposição de águas, captação e utilização de águas da estação chuvosa e multiplicação de poços ou cisternas tem que envolver obrigatoriamente conhecimento sobre a dinâmica climática regional do Nordeste. No caso de projetos de transposição de águas, há de ter consciência que o período de maior necessidade será aquele que os rios sertanejos intermitentes perdem correnteza por cinco a sete meses.

Trata-se, porém, do mesmo período que o rio São Francisco torna-se menos volumoso e mais esquálido. Entretanto, é nesta época do ano que haverá maior necessidade de reservas do mesmo para hidrelétricas regionais. A afoiteza com que se está pressionando o governo para se conceder grandes verbas para início das obras de transposição das águas do São Francisco terá conseqüências imediatas para os especuladores de todos os naipes.

O risco final é que, atravessando acidentes geográficos consideráveis, como a elevação da escarpa sul da Chapada do Araripe – com grande gasto de energia!-, a transposição acabe por significar apenas um canal tímido de água, de duvidosa validade econômica e interesse social, de grande custo, e que acabaria, sobretudo, por movimentar o mercado especulativo, da terra e da política.

No fim, tudo apareceria como o movimento geral de transformar todo o espaço em mercadoria.



*Aziz Ab´Sáber é geógrafo, professor e escritor. Professor-Doutor em Geografia Física (USP), ganhador do prêmio Ciência e Meio Ambiente da Unesco, também foi presidente da SBPC e do Condephaat e diretor do Instituto de Geografia da USP.