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Página específica para a 3ª edição do curso de especialização em Gestão Pública e Sociedade:

sábado, 18 de setembro de 2010

Acumulação, trabalho e desigualdades sociais

Por Paulo Sergio Porto
especializando em Gestão Pública e Sociedade


A expropriação e a exploração têm suas raízes na escravidão não só de negros, mas de índios, e no feudalismo e que continua nos dias atuais em outra formas de subjugação do e no trabalho e do trabalhador bem como o aumento das desigualdades e as perdas dos seus direitos constituídos e inerentes ao homem.

A autora aclara, muito acertadamente, apoiada em Marx se opondo a Smith, que diz que na natureza não existe dominados e nem dominantes são criações do homem pelo homem. Como se o fato de comprar e vender explicasse a razão do capitalismo e suas contradições, e não existissem os meios, a força, os donos e os vendedores do trabalho. Mas a falácia disjuntiva permanece por que não se escolhe vender ou comprar pelo simples fato só de querer, por que para isso é necessário ter os meios para produzir ou o poder de compra, dito de outra forma, o capitalista se não tivesse a mais valia não teria como implementar os meios de produção e assim aumentar seu lucro e o excedente. Uma falácia para não compreensão da real intenção do capitalismo. Mas somente isso seria necessário para se ter a liberdade dos homens e o desenvolvimento da sociedade? Penso que não e a realidade confirma essa posição.

Segundo Tavares optou pelo pensamento marxista, pois ele “apreendeu as categorias da realidade, as quais permanecem atuais, na medida em que o fim capitalista continua sendo acumular... [e que estas foram usadas para] “compreender a sociedade capitalista do século XIX nos permitem, hoje, compreender as desigualdades sociais do século XXI” (p.4)

O comercio sempre existiu num processo simples de produção e troca de mercadorias do excedente da produção e da necessidade de outros produtos para complementação de suas necessidades seja de alimentos ou de objetos chamada de mercadoria, relação essa que não é capitalista, pois é a troca pela troca.

Já no sistema capitalista será extraído a mais valia o trabalho excedente não pago que será apropriado e que retornará em forma de matéria prima ou de maquinas para produção.

Esse nível de produção foi possível, com muito sangue, suor e luta, onde donos de pequenas propriedades foram expulsos de suas terras, o fim dos feudos e a dispensa dos servos que avolumam o numero de homens pobres que vendem sua força de trabalho.

A indústria deu lugar aos artesãos quebrando os ciclos de capital comercial, onde existia um atravessador que levava vantagem na comercialização das mercadorias e o capital usado que era o adiantamento dos meios para produção das mercadorias a juros altos, era a “transição para o capitalismo” (p.9).

O capitalismo só deslancha com a revolução industrial no século XVIII e com uma grande massa de trabalhadores assalariados, some-se a isso “a cooperação simples, a manufatura e a grande indústria” (p.10). O primeiro com o grande número de pessoas para produzir a mesma mercadoria, o segundo com a diversidade nos instrumentos adaptados as funções e a divisão do trabalho e terceiro a maquina que poderia substituir vários trabalhadores, a maquina não parava de funcionar e produzia com maior perfeição e em maior quantidade, esse é o tripé para a acumulação, a exploração e as mudanças nos negócios e na rentabilidade para o capitalista, onde o estado é o “comitê para os negócios da burguesia” (p.12), iniciando os cartéis, os monopólios e as sociedades anônimas. A autora profere

O capitalismo monopolista abrange o aumento de organizações monopolistas, a internacionalização do capital, a divisão internacional do trabalho, o imperialismo, o mercado mundial do capital, as mudanças na estrutura do poder estatal. Há uma reorganização da vida social, alterando papeis femininos e transferindo-se para o mercado quase todas as atividades tradicionalmente a cargo da família. Com isso, aumenta a necessidade de instituições, como escolas, hospitais, prisões, manicômios e, também, de assistência social” (p.13).

É nessa fase que surge o fordismo e o toyotismo baseados em ciência e tecnologia e gerência respectivamente. É a reorganização da indústria e de sua produção em todo o processo de trabalho e com vistas em outro processo que é a interferência na vida familiar do trabalhador é “um novo modo de viver, um novo tipo de trabalhador, ideologicamente submisso aos padrões de consumo, ás regras familiares e ao estado” (p.14).

Este sistema permaneceu até os anos de 1970 entrando em crise. Ficou a cargo do toyotismo sua expansão, agora separado do fordismo, e dos governos da Inglaterra e dos EUA a ajuda financeira para reestruturar e implementar a indústria, internacionalizando o capital na chamada “globalização da economia”(14), portanto tem-se ai o argumento para expandir essas industrias para os países mais pobres e periféricos sob o argumento do desenvolvimento, mas com intuito de acumulação com a mão de obra mais barata e ausência de direitos.

Dessa forma pode se produzir um produto com as peças feitas em vários países tendo um produto construído internacionalmente, não só isso mas a gestão e organização igual para todos, são os chamados métodos “kanban ou just-in-time”, onde a terceirização é a saída e pode se encontrar mais lucratividade, trabalho flexível, outras formas de trabalho, outros locais para sua realização “como a cooperativa, o trabalho domiciliar, a prestação de serviços, o trabalho parcial, temporário etc.”(p.17) .

TAVARES, Maria Augusta. Acumulação, trabalho e desigualdades sociais . In: Curso: Serviço social: Direitos Sociais e Competências Profissionais, Brasília: CFESS / ABEPSS / CEAD-UNB, 2009.

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