Há muito tempo se fala que “o Brasil é o país do futuro”, que ele tem tudo para ser uma potência como nação, e muitos de nós acreditamos nisso, principalmente por tudo que já aconteceu como: escravidão, recessões, ditaduras, inflações infindáveis entre outros. O único caminho para a concretização deste país de futuro tão esperado é a educação e, só através dela, que o Brasil irá crescer, não apenas na economia, mas também na política e na formação de cidadãos conscientes.
As pessoas de mais idade ainda comentam que antigamente as melhores escolas eram as públicas, nas quais eram exigidos provas como as exigidas hoje nas melhores escolas particulares somente para se poder estudar. E hoje todos que possuem uma melhor condição financeira matriculam seus filhos nestas escolas com o intuito de oferecer uma melhor oportunidade de ensino. As evidências da diferença entre escolas pública e privadas fica salientado nos vestibulares de todo país, onde aqueles alunos provenientes das mais qualificadas, escolas particulares, ficam com praticamente todas as vagas existentes e sobrando, para os que não conseguiram, as faculdades particulares.
A educação nos países desenvolvidos é encarada com uma questão estratégica. É sabido por lá que a educação é fonte de riqueza, onde o capital intelectual do indivíduo vale mais que qualquer comodite. Entretanto, neste nosso país, a questão estratégica possui sentido pejorativo, funcionando mais como massa de manobra, questões políticas e para obtenção de recursos junto ao Estado, todos esses possuindo sentidos entrelaçados e complementares.
Sempre que possível, os gestores das três esferas de governos se gabam pela diminuição do analfabetismo ou qualquer outro índice educacional, utilizando de números e estatísticas para inferir uma melhora na qualidade de ensino, com intuito de receber a aprovação dos eleitores visando sempre a próxima eleição. O MEC possui uma prova de nível nacional para medir de forma comparativa a qualidade de ensino no território nacional em escolas públicas e particulares chamada de IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica). No ano de 2007, o índice do ensino médio público e particular obtiveram as notas 3,2 e 5,6 respectivamente, ou seja, praticamente o dobro um do outro. Com esses resultados, é possível fazer uma comparação simples na qualidade de ensino nacional entre a nota relativa dadas aos alunos e as nota absoluta em comparação com os alunos das escolas particulares. Existem vários alunos bons em escolas públicas que tiram notas altas como nove ou dez, da mesma forma que existem alunos em escolas particulares que tiram as mesmas notas. Todavia, se estas notas fossem relativas, ou seja, se elas representassem a mesma qualidade de ensino ensinada em todas as escolas, a classificação das escolas públicas em todo o país não teriam notas tão inferiores que hoje possuem. Desta forma, as notas absolutas da qualidade de ensino de ambos não se assemelham, justificando assim a posição de lanterninha das escolas públicas no país.
Para o tão esperado “país do futuro”, é essencial que hoje a política educacional perca seu sentido pejorativo como as maquiagens eleitoreiras que possuem um custo humano impagável para a sociedade brasileira. E sim, que busque a qualificação efetiva de seus cidadãos, realizando investimentos em capacitação dos profissionais envolvidos e na própria infra-estrutura das escolas, exigindo dos alunos, no mínimo, o mesmo que é exigido das escolas particulares. Enfim, as políticas educacionais devem mudar ou, no lugar de “Brasil um país de todos”, seremos “Brasil um país de tolos”.
Autor: Leonardo Andrade Leal
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