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Página específica para a 3ª edição do curso de especialização em Gestão Pública e Sociedade:

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Crise do Capital e Crise da Civilização Capitalista (aula: Estado e Políticas Públicas)

Prof. Dr. Adilson Marques Gennari – FCL/UNESP – Araraquara – SP
UFT – maio de 2009

PARTE I – capital e crise no pensamento clássico de Karl Marx
PARTE II – crise estrutural do capital
PARTE III – conclusões:
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PARTE I – Retomando O Capital de Karl Marx

Livro I – a mercadoria:
•O capital é uma relação social de dominação cujo eixo é a produção de mais-valia, ou seja, uma sociedade baseada na apropriação privada do trabalho coletivo.
•O sentido da sociedade do capital: acumulação pela acumulação
•Redução dos homens a mercadorias = desumanização
•Fetichismo da mercadoria: o metafísico torna-se real e o real metafísico (Marx/Kurz)
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Livro II – rotação do K e a crise:

•Reprodução ampliada do capital:
•D – M ........P........M´- D´

•Na crise interrompe-se a rotação do capital:
•D – M .......P .......M´ \ D´

→ crise = superprodução de capital→ a crise requer destruição de parte do capital super-acumulado para a retomada da acumulação em bases lucrativas
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Livro III – O capital financeiro:

•O capital torna-se eminentemente financeiro:
•(D ) – D - M.........P........M´ - D´ (-D´)
•O capital fictício avoluma-se
•O capital fictício está ligado por fios invisíveis ao capital real: está relacionado com a produção de mercadorias reais produzidas por trabalho abstratos dos trabalhadores reais.
•O capital fictício distancia-se permanentemente do capital real
•Na crise o capital fictício tem que se ver com o capital real (as vendas despencam, as bolsas entram em transe, falências e concordatas, busca de liquidez e corrida por ativos mais sólidos [ouro, dólares, euros, títulos do governo dos EUA]
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PARTE II – Crise Estrutura do Capital

•As novas “corporações de escopo” tem na esfera financeira seu locos privilegiado para a acumulação do capital
•Na atual fase o capital é fundamentalmente financeiro
•Crise do capital financeiro:

(D) - D – M .......P .......M´ \ D´ (D´)

•A nova corporação fundiu os setores sob a égide do capital financeiro
•Queima da pletora de capital que se distanciou. O capital fictício é fictício, pois distanciado da base real (trabalho produtivo).
•A crise se revela como queima de capital fictício
•Surgimento de novo exército industrial de reserva (nova pobreza (miséria) e desemprego crônico)
Na atual crise estrutural:
1. As forças produtivas são forças destrutivas
2. Surge um “novo” exército industrial de reserva
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1. As forças produtivas são forças destrutivas
•Guerra permanente
•Crise industrial (falências e concordatas seguidas de fusões e aquisições)
•Centralização e concentração do capital global
•Violência generalizada e criminalização da pobreza
•Crise dos alimentos (elevação dos preços)
•Epidemias (câncer, pólio, desidratação, dengue etc)
•Trangênicos: animais, alimentos e plantas geneticamente modificados
•Aquecimento global, falta de água potável
•Taxa decrescente de uso/obsolescência planejada
•Aumento da rotação do capital
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2. Surge um “novo” exército industrial de reserva
•Superexploração global do trabalho
•Desemprego massivo e duradouro
•Escravos, trabalhadores informais, desempregados de longa duração, “inúteis”, “vagabundos”, “marginais”, “autônomos” etc.
•Hiperperiferia como característica urbana
•Violência generalizada e criminalização da pobreza
•Miséria crescente (as políticas focadas {bolsa-família, etc) são políticas justificadoras e institucionalizadoras da pobreza, da miséria e do status quo).
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PARTE III - Conclusões
a. Estamos numa crise estrutural da civilização do capital
b. O capital é incontrolável e destrutivo (Mészárós)
c. Crise da civilização do capital = a própria existência da humanidade está em jogo.

d. DESTRUIÇÃO DA TERRA

e. DESEMPREGO ESTRUTURAL

--> Não há soluções plausíveis para a crise dentro da lógica sócio-metabólica do capital.
--> Etapa histórica da barbárie do capital (crise econômica, crise política, crise ética, crise ambiental, crise social etc).


LOGO: Somente a substituição da atual sociedade produtora de mercadorias e mais-valia por outra sociedade, produtora de bens para a satisfação das necessidades humanas, pode apontar um caminho que confronte a atual barbárie do capital .


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