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Página específica para a 3ª edição do curso de especialização em Gestão Pública e Sociedade:

quinta-feira, 18 de junho de 2009

Barbárie na USP

Enquanto aqui na UFT estamos na iminência de um evento que vai discutir "a crise de civilização" , contando com a presença notável de Edgar Morin, lamentavelmente vemos a truculência avançar sobre a nossa USP, berço de um pensamento autônomo brasileiro, de criação e inovação inclusive de uma "civilização brasileira"... explicitamos nosso repúdio a tal ato de repressão, regressão, covardia e barbárie!


Reproduzimos abaixo texto solicitando apoio de toda a sociedade brasileira e intervenção do Ministério da Educação do Brasil.


Para assinar esta petição, basta acessa o link abaixo:(http://www.petitiononline.com/uspmay09/petition.html).




USP PARA TODOS


To: Ministério da Educação do Brasil

POLICIAIS, CORRUPTOS E FASCISTAS: FORA DA USP !



Mais uma vez a polícia invade e ocupa o Campus da Universidade São Paulo. Mais uma vez o grito da ordem estúpida, acompanhado pelo barulho dos tacões, pelo cassetete mudo e pelo revolver desembainhado, ecoa pelas alamedas da cidade universitária e pelos corredores dos prédios de aulas. Calam-se o trabalho, a educação, a ciência, a arte e a cultura. A palavra está com Sua excelência, a pistola 45 e com sua senhoria, o spray pimenta. E, por detrás destas, com os ratos que há décadas saqueiam o bem coletivo e que se consideram proprietários da USP: pelegos, dedo duros, carreiristas, plagiadores, idiotas, negocistas, fraudadores, aproveitadores, enfim, aqueles que tomam a USP como sua propriedade privada, como um bem particular que usufruem e negociam nos cantos escuros dos gabinetes e das salas de diretorias.



Em 64 o exército e a polícia invadiram a USP para nela matarem a civilização brasileira que havia transformado a universidade num centro de produção de liberdade e riqueza coletivas. O pensamento crítico criador incorporado nas magníficas figuras de Mario Schemberg (Instituto de Física), Cruz e Souza (Filosofia), Samuel Pessoa, Luiz Hildebrando Pereira da Silva e Erney P. de Camargo (medicina-parasitologia), Isaias Raw e Júlio Puddles (medicina- bioquímica), Michel Rabinovitch e Thomas Maack (medicina-Histologia), Pedro Henrique Saldanha (medicina-Genética humana), Abram B. Fajer (medicina-fisiologia), Roland Vera Saldanha, Reynaldo Chiaverini, José Barros Magaldi, Israel Nussenzveig, Antonio Branco Lefèvre e José Maria Taques Bittencourt (medicina-clinica), João Villanova Artigas (Arquitetura), Mário Wagner (Economia), Caio Prado Júnior (História), Clarismundo de Souza Filho (medicina Ribeirão Preto), Paulo Guimarães da Fonseca, (escola Politécnica) foi substituído por uma gestão onde a universidade passou a se curvar a insegurança, opressão e violência causadas pela tortura psicológica moderna – a terceirização e o conseqüente medo do desemprego .



Em dezembro de 68, no malfadado AI-5, novamente o exército e a polícia invadiram o campus para concluir a liquidação do pensamento docente e para massacrar o movimento estudantil que se revoltara contra o obscurantismo fardado que tomara o poder. Por dez anos permaneceram nas alamedas, nos corredores, nas diretorias, nos laboratórios e nas salas de aula prendendo, matando e oprimindo professores, estudantes e trabalhadores. Transitaram livremente, com poder de vida e de morte sobre os uspianos, toda uma caterva de sub humanos , que disseminaram terror principalmente na juventude buscando dela extirpar a justa rebeldia.





Agora, no milênio dois, volta a polícia ao campus para liquidar com a última força de resistência humana que ainda resta na USP: os trabalhadores organizados. A farsa diz que a universidade foi tomada pelos trabalhadores e que a polícia vem para devolve-la aos estudantes e professores. A verdade é que se trata do último capítulo da tragédia da destruição da USP, iniciada em 64 e que agora deve se encerrar com a sua tomada definitiva das mãos da população e sua entrega aos ratos que já roeram e consumiram grande parte da riqueza brasileira – a educação. E o que acontecerá se a sociedade, os professores, estudantes e funcionários - que desejam uma USP viva, humana, trabalhadora, popular, produtiva e criadora da civilização brasileira - e que são maioria, não se mobilizarem e se unirem para repelir este ataque final dos inimigos da humanidade?



TRABALHADORES, ESTUDANTES E PROFESSORES, POPULAÇÃO EM GERAL, UNAMO-NOS CONTRA O GOLPE DAQUELES QUE QUEREM O FIM DA NOSSA UNIVERSIDADE! TODOS PELA AUTONOMIA UNIVERSITÁRIA! FORA POLÍCIA! FORA SERRA! FORA FASCISTAS! FORA CORRUPTOS! TODOS À ASSEMBLÉIA UNIVERSITÁRIA! PELA UNIÃO DE TODOS OS USPIANOS CONTRA A INTERVENÇÃO POLICIAL! QUE A USP RETORNE À CIVILIZAÇÃO BRASILEIRA!



Nós, abaixo assinados, pedimos ao Ministério da Educação do Brasil que intervenha para garantir uma universidade pública, gratuita e de qualidade em respeito ao direito constitucional de acesso à educação Some a sua assinatura e lutemos por uma universidade democrática
Sincerely,
The Undersigned

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