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Página específica para a 3ª edição do curso de especialização em Gestão Pública e Sociedade:

quarta-feira, 21 de abril de 2010

AVATAR, INDÚSTRIA BÉLICA E CULTURA POPULAR


“O Fim está Próspero” (Daniel, Luciana e Marcos)

Afirmei em texto aqui publicado (02/03/10) o seguinte: quem assistiu ao filme Avatar percebeu como os EUA são cientes das suas ações imperialistas no mundo. Para os USA a indústria cultural é tão importante quanto à bélica. Os donos do mundo podem ter suas Bombas da Paz a granel, com Obama só serão 1.550 ogivas nucleares. Há algum tempo experimentaram (1946-1958) mais de 20 artefatos da paz no Atol de Bikini e os habitantes das ilhas ainda convivem com a contaminação radioativa. Para a cultura popular Bikini é uma simples roupa de banho. E por falar em cultura certa vez fui convidado por um docente para debater sobre tema. Relutei, pois não sou especialista da área. Mas, diante da insistência, aceitei o desafio. Na ocasião certa compareci à reunião universitária e comigo quatro livros de alguns especialistas. É óbvio que não leria os livros, seria um horror! A intenção era mostrar a complexidade do tema. Desejava mencionar os autores e ler um conceito, poderia estimular a reflexão e quem sabe até pesquisas futuras. Não pensava em concluir ou fechar tema tão rico, não teria tamanha competência. O docente ficou surpreso com a presença dos livros e exclamou: “gente, ele trouxe livros! Deste jeito defenderá uma tese!” Eu fiquei um pouco aturdido com a exclamação, confesso que tive vergonha por andar em tais companhias. Livros! E o pior ou o melhor, não havia o risco de defender uma tese. Não sou uma pessoa tão sabida e nem “aloprada”. O professor fez a questão para os presentes: o que é cultura? Mas, adiantou-se e, de forma certeira, defendeu sua tese: “meu pai tinha um velho empregado caipira que com sua sabedoria popular dizia, cultura é tudo o que o ser humano produz”. Brilhante! Imediatamente um dos presentes complementou: “para mim a arte culinária é cultura”. Eu, sem muito jeito, aproveitei a dica e lembrei: Gilberto Freyre redigiu, em 1926, o “Manifesto Regionalista” sobre culinária. Que tolice! O que mais poderia dizer? Tenho mania de ler livros e prestar atenção no que falam os escritores, posso concordar, discordar. Vige, até aprender! Mas, às vezes, livros não são bem-vindos. Fiquei deslocado, não era momento de questionar as diferenças entre arte, artesanato e cultura. Nada demais, pois há até presidente de república que não gosta de livros. Ele diz que está escrevendo a história do país, o “Cara” é o “marco zero” do Brasil. E a classe obreira? Faz história? Bem, deixemos isto para lá, é “coisa” ultrapassada. A nossa reunião continuou alegremente com outras conversas, pois o tema havia esgotado. Pronto! Nada mais a desvelar. Imagine então perguntar: o que é cultura popular? Mais complexo ainda, não? Há quem defenda a tese de que a cultura popular é aquela produzida pelo o povo pobre. Se esta tese for verdadeira em breve não mais existirá cultura popular no Brasil, pois demonstram as recentes estatísticas que os pobres estão em extinção, são somente 4% da população. É o segundo “Milagre Econômico”! Salve o PAC, o PIB! Fico por aqui, vou escutar MPB e pinotar um frevinho de Olinda, pois não sou aruá. Salve os Tons do Zé!


Felipe Luiz Gomes e Silva- felipeluizgomes@terra.com.br

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